Desde que a adquiriu, a vida de Maílson e família nunca mais foi a mesma. Além da tristeza pelo quadro atual, veio uma nova rotina em função das limitações. Sem movimento nos braços, ele não realiza mais atividades simples como atender ao telefone ou comer se alguém não o estiver auxiliando. 

Além do auxílio braçal, Maílson tem também o financeiro. Vem de amigos, do Bahia e de sua torcida. Contudo, não dá para economizar os R$ 30 mil do novo tratamento. O dinheiro extra é usado no orçamento mensal da família, aumentado em mais de R$ 3 mil desde que o mal foi diagnosticado. Entre os novos gastos, estão a secretária (R$ 600) que o auxilia nas tarefas diárias, remédios (R$ 1.500) e o aluguel de um carro (R$ 700). Mesmo diante dos problemas, o ídolo tricolor não desiste. “Ele é um lutador”, afirma Licia. E que, no fim de tudo, Mailson consiga vencer esta que é a maior batalha de sua vida. 

Ajuda financeira tem vindo de várias partes, em especial, do Bahia. Todo mês, Maílson recebe em sua conta R$ 2 mil do clube. Fora isso, a camisa retrô já lhe rendeu R$ 5.600, referentes a venda do mês de setembro (os valores dos meses restantes do ano ainda precisam ser contabilizados). A torcida tricolor também faz o que pode. Da Bamor, por exemplo, vieram mais de R$ 1 mil provenientes de bingos e festas beneficentes. 

“Só tenho que agradecer a ao povo baiano e a meus amigos, que têm me ajudado muito. Recebi homenagens do pessoal do Alto do Cabrito e da Federação Baiana. A eles, só tenho agradecimentos”, afirma Maílson, que faz questão de retribuir todos os gestos de carinho. 

A única tristeza, a esposa Licia entrega. “Quando a doença se tornou conhecida, muito gente veio dar uma força. Mas, depois, muitos esquecem. Poucos aparecem aqui atualmente”. Agora já passou a hora de lembrar.