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Em entrevista exclusiva, Valton lista reforços e prospecta futuro do Bahia

por Márcio Martins // Leonardo Santana em 10 de Janeiro de 2014 00:00

O vice-presidente do Esporte Clube Bahia, Valton Pessoa, concedeu entrevista exclusiva ao repórter Márcio Martins, da equipe dos Galáticos, onde falou sobre as contratações, listou os novos reforços do clube para a temporada e fez uma avaliação do trabalho da diretoria, além de prospectar o futuro do tricolor baiano.

Ernesto Farías, Renato Cajá, Leandro Romagnoli, Guilherme Santos, Rafael Bastos, Borges e Wilson Pittoni foram alguns dos nomes abordados no bate-papo com o dirigente tricolor. Na conversa, Valton cita que, além da contratação de Maxi Biancucchi, o Bahia está montando um dos melhores times dos últimos anos e revela detalhes da negociação com os irmãos argentinos.

O marketing do clube, o contrato com a Nike, a relçao com o empresário Eduardu Uram, além da Cidade Tricolor também foram abordados na entrevista com o vice-presidente do Bahia, que fez um apelo à nação tricolor. “Se associe, faça a sua parte, a diretoria, agora, está invertendo o jogo, fomos cobrados o ano inteiro e agora vamos cobrar a parte do torcedor. Exigiu com razão e agora a diretoria exige do torcedor, faça a sua parte, se associe e ajude o Bahia a ser cada vez mais forte e competitivo”, pediu o dirigente.

Confira o bate-papo exclusivo na íntegra do vice-presidente do Bahia, Valton Pessoa, com o Galáticos Online:


A contratação de Maxi Biancucchi foi a melhor do Bahia nos últimos anos?

Sem dúvidas, não é só a melhor contratação, como garanto que talvez seja o melhor time do Bahia montado desses últimos anos ou dessa década. Creio que hoje devemos anunciar mais um jogador, também, do mesmo nível, um jogador já para vestir a camisa no aeroporto e encerramos assim as contratações para o primeiro semestre. Queria dizer ao torcedor que com esse time, às vezes futebol temos que ver na prática como vai funcionar e se vai dá liga, mas eu tenho certeza que sim. O grupo é muito coeso, muito unido, tivemos a preocupação de contratar jogadores sem histórico de problemas extracampo, trouxemos pessoas que queiram vestir a camisa do Bahia, estejam em fase de crescer no futebol, acho que tem tudo para dar muito certo. O time é esse, está muito forte e mesmo com essa equipe conseguimos reduzir em 25% a folha em relação ao ano passado para poder viabilizar o orçamento deste ano.

Quando vocês partiram para a contratação de Maxi Biancucchi?

Nós sempre manifestamos o interesse em tê-lo no Bahia e fomos procurados pelo empresário dele em uma certa ocasião e eu disse a ele o seguinte, quando você quiser sentar com o Bahia para resolver, você me liga e a gente vai marcar uma reunião para resolver. Resolva a sua situação com o Vitória, com o São Paulo ou com quem quer que seja. Não vou ficar negociando para fazer leilão com outro clube, isso a gente nunca se dispôs a fazer. Assim aconteceu, Régis ligou, marcamos uma reunião e eu só comecei a reunião com a promessa dele e de Maxi que aquela reunião será definitiva. Assim fizemos, terminamos uma hora da manhã, mas já saímos com o contrato assinado.

O Emanuel Biancucchi foi imposição do empresário para a contratação de Maxi?

Não foi imposição, obviamente isso ajuda, mas é uma posição que o Bahia está carente, um meia esquerda, meia de ligação, veloz, então coincidiu com a necessidade do clube. O pedido do atleta e do empresário, não foi condição, mas facilitou. O Bahia precisava, é um salário que não representa nada significativo e tenho certeza que ele também dará muitas alegrias ao torcedor.

Renato Cajá então não vem mais?

Não. O Bahia já encerra, temos mais um nome, que possivelmente vamos anunciar entre hoje e amanhã.

Seria o Pittoni, que está sendo negociado?

Talvez, tem ele e estamos conversando com mais dois ou três. Sempre é assim, no futebol você tem que negociar com dois ou três para fechar um, mas o jogador será deste nível, do Pittoni e outros do futebol sul-americano que estamos conversando.

O Ernesto Farías está difícil fechar?

Esse é um jogador que seria útil. Estamos com uma aproximação boa com o Cruzeiro, temos ótima relação com o diretor Alexandre Matos, que é nosso amigo e está interessado em fazer essa parceria com o clube. Dentro dessa parceria esse jogador viria, um jogador de 32 anos, experiente, já jogou na Europa, jogou no Cruzeiro, no Independiente no último campeonato argentino, mas depende da negociação agora com o jogador. O jogador estava morando em Buenos Aires, agora a família talvez queira permanecer lá, ele talvez negocie a rescisão de contrato com o Cruzeiro. Está em andamento ainda a negociação, nada concreto, mas há interesse do clube.

Guilherme, lateral-esquerdo, também interessa?

É um jogador que nos interessa. As negociações estão bem avançadas, estamos precisando de um lateral-esquerdo, é uma necessidade do clube e creio que essa semana, no máximo segunda-feira deve ser resolvida. Essa é uma necessidade e já estamos com o Guilherme já.

O Fazendão tem condições ainda de abrigar o Bahia e como fica a Cidade Tricolor?

Não fomos para a Cidade Tricolor por falta de condição. Alguém não pode se mudar de um apartamento desse de 50 metros quadrados para um de 500 metros quadrados sem saber como é que vai mobiliar o apartamento, sem saber como paga o condomínio, o IPTU. Então é mais ou menos essa comparação. Estamos conversando com a OAS, que está tendo toda a boa vontade com o Bahia, e estamos conversando para viabilizar. O Bahia, hoje, não tem dinheiro para manter este CT. O Fazendão tem ótimas instalações, são excelentes, todo jogador que chega aqui fala isso. Está funcionando, está dando pra manter, mas depois dessa etapa de montagem do elenco, vamos concentrar neste ponto junto com a OAS, junto com algumas empresas para viabilizar o CT.

Você pretendem fazer uma campanha mais agressiva de marketing?

O marketing também precisa efetivamente atuar de uma forma mais forte e isso está sendo preparado. Entramos num momento de pagar incêndio e agora é o ano de planejamento, de arrumar a casa, de fazer ações que estamos planejando.

Qual o contrato mais longo que vocês fizeram?

O de Maxi Biancucchi que tem dois anos. A maioria dos outros jogadores têm cláusula de renovação, mas são contratos de um ano.

A folha salarial do Bahia está em qual valor atualmente, após essa redução?

A folha do Bahia, com impostos, comissão técnica e atletas é de 3 milhões de reais por mês. O Bahia já tem umas receitas fixas de televisão e da Arena e precisamos agora, o torcedor tem que fazer a sua parte, a diretoria pode exigir. Estamos falando em Maxi, mas temos jogadores que têm respaldo, como Rhayner, Rafinha e o Galhardo, por exemplo. Então estamos fazendo um time forte, mas o torcedor precisa ajudar se tornando sócio. O Bahia precisa de 50 mil sócios até o final deste ano para conseguir manter o nível de competitividade. Hoje temos 17 a 18 mil sócios.

O que o torcedor deve fazer para quitar a pagar as mensalidades de sócio?

É só entrar no site, imprimir o boleto. Lá vai ter a informação se você quer pagar um mês, dois, três, quatro ou até o ano todo.  Para termos um time competitivo sempre, estamos fazendo isso apostando no torcedor, precisamos chegar a 50 mil sócios. Para ter um time bom no Brasileiro precisamos de 30 mil sócios até junho deste ano.

O Bahia vai rescindir o contrato de fornecimento de material esportivo com a Nike?

Temos um contrato em vigor, temos alguns ajustes a fazer. Há interesse do clube em conversar com a Nike, porque os valores estão abaixo do que o mercado hoje pratica. Além disso, há algumas questões de descumprimentos e nosso departamento também está conversando com ele e esperamos chegar a um denominador comum, seja pra renovar o contrato, pra fazer um contrato nos padrões de mercado ou para rescindir.

Vai contratar Farías, um jogador encostado no Cruzeiro com 33 anos e com o joelho recém-operado? (pergunta enviada pelo torcedor Daniel através do Twitter)

Não vamos contratar o jogador. O jogador efetivamente tem essa idade, mas se cuida muito. O Bahia não ia gastar nada com o jogador, o Cruzeiro ia emprestar o jogador de graça para o Bahia e o Cruzeiro vai pagar todo o salário. É uma parceria, futebol também depende de credibilidade. Saiba o torcedor que estas contratações feitas agora decorrem da credibilidade que essa nova diretoria está tendo. Não é fácil trazer jogador de qualidade se o time não tem credibilidade, se não paga, se as pessoas que estão aqui não têm respaldo, então isso também ajuda muito.

Houve contato com Rafael Bastos e Borges? Há interesse na contratação de Zeballos? (pergunta enviada pelo torcedor Marcelo Figueiredo através do Twitter)

O Bahia encerrou já. Estamos com 30 jogadores e vai chegar mais um, vamos fazer 31. Infelizmente, o Rafael Bastos é um grande jogador, interessaria, mas hoje o elenco está fechado e não há como encaixar mais nenhum jogador para esse primeiro semestre. Acho que ainda hoje iremos anunciar mais um jogador de peso.

Antecipações de receita para 2014, o Bahia antecipou o que da Globo e da Arena? Ou a receita está limpa para receber tudo sem problema?

A receita de 2014 está praticamente intacta, só que é uma receita que não comporta as despesas existentes. Precisamos aumentar estas receitas, fechar um patrocinador e existem conversas bem avançadas a este respeito. Precisamos aumentar a quantidade de sócios urgente. Mais uma vez apelo ao torcedor que entre no site, procure o Bahia, se associe, porque para exigir um time forte é preciso que o torcedor faça a sua parte e é assim no mundo inteiro. O Internacional tem hoje 110 mil associados e eu creio que a torcida do Bahia, em números, seja maior que a torcida do Internacional, então precisamos chegar mais próximo de um número que viabilize o Bahia a disputar campeonatos com um times fortes.

O Bahia vai ser obrigado a vender jogador se, por exemplo, não tiver receita?

Creio que nesse primeiro momento o Bahia tem que imaginar um contexto que venda jogador com valores que façam a diferença. Hoje o Bahia e os times do Nordeste vendem jogadores, mas por valores insignificantes que não resolvem o problema. Precisa hoje vender o jogador, precisa, mas acho que temos que chegar numa fase que não precise vender jogador por preço barato, preço que não resolva problema do clube, pra passar a vender jogadores efetivamente mais tarde um pouco em valores maiores, por exemplo, Talisca que temos algumas propostas. Eu creio que se Talisca ficasse aqui um ano, dois anos, três anos, talvez, o vendêssemos por cinco, dez vezes mais, mas hoje se tiver uma proposta boa, teremos que negociar porque o Bahia precisa efetivamente de receita para o ano.

Tem alguma proposta oficial por algum jogador, além do Talisca?

Não, só de Talisca mesmo, mas oficial ainda não temos nenhuma, só sondagens.

O meia Romagnoli interessa para agora ou para o segundo semestre?

Agora é impossível, ele tem contrato, joga a Libertadores, é ídolo na Argentina. O torcedor tem que entender que este jogador é, hoje, na Argentina o jogador de maior destaque jogando no futebol argentino. Ele não tem pré-contrato com o Bahia, mas é um jogador que interessa ao clube, mas não existe nada, é muito difícil, mas quem sabe o torcedor ajudando a gente não consegue trazer este jogador ou um do mesmo nível dele para o segundo semestre. Torcedor faça a sua parte, estou garantindo que o torcedor ajudando, se a gente chegar a 30 mil sócios até junho, que um jogador deste nível virá para o segundo semestre.

Tem algum plano que permita o sócio a ter acesso ao estádio de forma diferenciada? (pergunta do torcedor Rafael Pimenta através do Twitter)

Nossa ideia é que com 50 mil sócios, os ingressos do estádio da Arena estejam todos vendidos. É assim no Boca Juniors, por exemplo, tem 55 mil sócios, que é o número de cadeiras no estádio e tem mais 30 mil esperando sair um para entrar outro. O benefício é ter assento no estádio, essa é a nossa ideia. O sócio torcedor vai ter um assento no estádio preferencial e tem uma série de benefícios.

A relação do empresário Eduardo Uram hoje com o Bahia é a mesma de Carlos Leite no passado?

Não sei como era a relação de Carlos Leite. Com relação a isso não sei quantos jogadores Carlos Leite tinha no passado.  A relação, quero que o torcedor saiba o seguinte, estou aqui, perdi um ano de sacrifício de minha vida pessoal para ajudar o clube, pra tornar esse clube sério, transparente, um clube vencedor e não faria nada que maculasse a minha imagem e do restante da diretoria. Não existe nada demais na forma de negociação de jogadores com Eduardo Uram, podem ser cinco, sete, dez, quinze ou vinte, se forem de interesse do clube, eu farei contrato com mais dez de Eduardo Uram. Quero que o torcedor entenda o seguinte, Uram tem 70% dos jogadores hoje no mercado, porque hoje não existe mais jogador de um empresário só, os empresários, de uma forma inteligente, preferem ter 10% de um jogador, 20% de outro, em sociedade com outros empresários porque facilita. Às vezes um tem contato com um time, o outro tem, então Uram hoje tem 10 jogadores no São Paulo, 6 no Fluminense, 5 no Flamengo, 5 ou 6 no Vitória, então isso é o mercado. Acaba ajudando em algumas coisas, agora todos os contratos são de um ano, nenhum contrato tem salários fora do valor de mercado, o que acontecia infelizmente no Bahia e todos os contratos com vitrine, se os jogadores forem vendidos o Bahia ganha 20%. Fernandão saiu do Bahia e o Bahia não ganhou nada, foi emprestado por um milhão e meio de euros, só aí o Bahia teria uma receita de 300 mil euros, aproximadamente. Marquinhos Gabriel também foi vendido e o Bahia não teve direito a nada. Todos os contratados têm essa cláusula. Todos os jogadores foram aprovados pelo treinador. A reunião com Uram no Rio de Janeiro eu fui com o treinador. O único jogador que ele não conhecia o trabalho e não foi avalizado foi o Jonathan Reis, que estava fora e o treinador não conhecia o jogador.

Cadê o centroavante, o camisa 9? (pergunta enviada pelo advogado João Paulo Oliveira através do Twitter)

Queria perguntar a ele o seguinte. Qual o grande 9 contratado no futebol brasileiro deste ano? Nenhum. Não tem é uma posição carente. Quem é o 9 da seleção brasileira hoje? Jô, que é um bom jogador, mas não é de expressão. O Fred está parado, enfim a contratação do Internacional foi Welligton Paulista, essa foi a contratação do 9 neste ano. Na verdade é uma posição carente, nós tentamos, nós procuramos, mas não existe esse jogador. Podem pesquisar, mas nenhum time do Brasil fez uma contratação de um número 9.

Por que Wallyson não ficou no Bahia? (pergunta enviada por Leonardo França através do Twitter)

O Bahia queria que Wallyson ficasse. O próprio jogador tinha interesse em ficar, já que teve uma sintonia boa com a diretoria, mas ele está sendo vendido para o exterior. Os empresários dele acham que o momento de vendê-lo e ele não fechou com clube nenhum ainda. Interessaria ao Bahia, mas agora o grupo já está fechado, mas é um jogador que as portas do clube estão abertas para ele e nos ajudou muito no ano passado.

O que você pode destacar de mudanças de setembro até agora?

São mudanças em todas as áreas. O clube hoje tem orçamento, o clube sabe quanto ganha, sabe quanto gasta. Hoje temos um time de futebol profissional forte, pode não dá liga, futebol não é só acertar na contratação, mas eu tenho certeza que isso vai acontecer. É um time forte com valor de folha razoável para o mercado com contratos de jogadores não muito altos e que não são longos. A diretoria do ano que vem não vai ter os problemas que tivemos, tínhamos quase 60 jogadores, reduzimos jogadores e salários.

O Bahia vai conseguir pagar os salários em dia neste ano?

Esse é o nosso objetivo e é isso que vamos tentar fazer. A nossa projeção conservadora de conseguir fazer isso, mas nós precisamos do torcedor e precisamos fechar com o patrocinador. Com essas duas coisas, além de outras, vamos conseguir pagar os salários em dias e pro primeiro semestre a receita está garantida.

Por que cinco zagueiros e não utilizar nenhum garoto da base?

Na verdade precisamos de cinco zagueiros. Todo time precisa de cinco zagueiros no elenco e o Robson que estava no Japão, não tínhamos a previsão, nem a informação de que estaria voltando, coisas da desorganização da gestão anterior. Talvez se soubéssemos não teríamos contratado, mas foi uma surpresa para nós, o clube não era muito organizado do ponto de vista administrativo. O Serjão é um jogador de aposta, com um salário muito baixo, com apenas um ano de contrato e com um potencial muito grande e o treinador conhecia e o indicou.

Você acha que o resultado no campo vai influenciar nas eleições à presidência no final do ano?

Creio que o resultado de campo sempre acaba influenciando, mas não deveria ser este o parâmetro do torcedor e eu vou dizer isso antes de saber o resultado do campo. Precisamos de pessoas aqui, que não só gostem do clube, que tenham experiência administrativa e independência financeira. Temos que trazer pessoas para o Bahia que não precisem ganhar dinheiro, que tenham sua independência financeira, porque a dedicação ao clube é muito grande. O perfil tem que ser de um empresário que tenha alguma experiência administrativa, que tenha independência financeira e que tenha amor pelo clube.

Você não estará em 2015 no Bahia?

Não, estarei sempre como estive à disposição para ajudar o clube. Eu amo esse clube e não tem outro motivo e continuarei ajudando, mas não quero ser presidente, nem vice-presidente, quero ajudar o clube, quero ajudar a escolher o sucessor, irei apoiar alguém, mas não tenho interesse pessoal de continuar presidente, nem vice-presidente do Bahia.

Pra finalizar, faço pela décima vez nesta entrevista um apelo ao torcedor. Se associe, faça a sua parte, a diretoria, agora, está invertendo o jogo, fomos cobrados o ano inteiro e agora vamos cobrar a parte do torcedor. Exigiu com razão e agora a diretoria exige do torcedor, faça a sua parte, se associe e ajude o Bahia a ser cada vez mais forte e competitivo.

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